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SHANGRI-LA
Gravação do CD “Um segundo de glória”, de 2007
Letra de Ricardo Caulfield

O bêbado tenta dirigir, o menino tenta atravessar / enquanto uns sangram por aqui / outros vivem em shangri-la / Será que é azar? / Será que está escrito? / Será que vale a pena rezar para mudar o destino? / Em um país desenvolvido talvez a vida fosse tranquila / mas a violência para te pegar pode driblar as estatísticas / Será que é azar?, / Será que está escrito, / Se Deus está no ar, será que não está comigo? / O professor morre de fome, / Corrupção dá aula / No Brasil só vale aprender como ficar fora da jaula

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POR MOTIVOS BANAIS (como sexo, drogas e religião, ele foi morto, pelo melhor amigo, no aniversário)
Gravação do CD “Um segundo de glória”, de 2007
Letra de Ricardo Caulfield
Música: Marcio Bukowski/Ricardo

As portas estão abertas / Há milhares de ofertas / Se você tem dinheiro na mão / Escolha sexo / Escolha drogas / Escolha religião / Dias sem dormir, devo admitir, tenho que tomar uma pílula / Não sei pra onde ir, devo admitir, tenho que comprar uma bússola / Se encontrar e se perder são o mesmo motivo para viver / Qual o motivo de uma vida como a minha? / Só porque meu pai não usou a camisinha! / Qual o motivo de uma vida feito a sua? / Só porque seu pai catou uma mulher na rua! / Por que amigo oculto, se não há amizade? / Pra que esconder, se não é verdade? / Pra não falar comigo tem gente que atravessa a rua / Pra não me encarar tem gente que finge que observa a lua / Gente que mistura raiva, desprezo e desdém / No meu aniversário estica a mão e dá parabéns / Qual o motivo de eu querer uma criança? / Dívida e inimigos serão a sua herança! / Qual o motivo de teres uma continuação? / Sua mãe te concebeu na traseira de um camburão! / Por que amigo oculto, se não há amizade? / Pra que esconder, se não é verdade? / Diga o que você vê / Arquiteto do caos, amante do limbo / A destruição me eleva ao infinito

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NÃO EXISTEM ACIDENTES

Gravação do CD “Um segundo de glória”, de 2007
Letra: Ricardo Caulfield
Música: MárcioBukowski/Ricardo

Nas costas do homem havia duas mãos / isto tem nome chamam de empurrão / não ter mais com que se preocupar / acontece com quem cai do décimo andar / logo ele que era a testemunha principal / logo ele que ia depor no tribunal / Ladrões, falsários, assassinos / na pele de bons meninos / a bancar o otário prefiro que digam que sou descrente / não existe sorte ou azar, não existem acidentes / Agora quem chora, ajoelha e pede desculpas / Ria no dia que te armou a arapuca / Uma colher de egoísmo, duas de falsidade / Difícil é separar o boato da verdade / Então se queres vencer a qualquer custo / Por favor não reclame de que o mundo é injusto / São dois tipos de canalha na sociedade / Uns te roubam a carteira, outros, a dignidade

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MULHERES APAIXONADAS NÃO ENTRAM EM AÇOUGUES
Letra e música: Ricardo Caulfield
Gravação do CD “Um segundo de glória”, de 2007

Mulheres apaixonadas não entram em açougues / Tripas e vísceras o amor não fala nada sobre nem os contos de fadas / Vingança é a única matemática que os ingênuos conseguem entender quando tentam viver na prática amores de novela de TV / Você pergunta o meu ascendente,eu digo que não sei você não entende que certas coisas eu não sei / Você diz que a cada instante estou ficando mais distante / Mas eu sou assim / Às vezes gosto de ficar só, às vezes me sinto melhor só com o espelho olhando pra mim / mulheres apaixonadas não entram em cemitérios pois o fim é o fim do mistério são tantas mensagens no ar só os mortos não vêem o luar / Quando o homem exorciza a criança quando a realidade mutila as lembranças quando sangue faz o dinheiro jorrar mulheres não deveriam se apaixonar / Você pavilhou seu caminho e quer enfeitar o meu você joga fora os espinhos e quer iluminar o breu / você diz que a cada instante estou ficando mais distante mas isto não acontece /você não entende a diferença que existe desde a nascença / entre homens e mulheres

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GOSTO DE CHEGAR ATRASADO
Gravação do CD “Um segundo de glória”, de 2007
Letra: Ricardo Caulfield
Música: Thiago Sobral/Ricardo

Meu relógio está parado / Mas ele não está calado / Ele me diz que as horas não passam / E eu gosto de chegar atrasado / Lá fora a buzina faz alarde / O mundo aprisionado nas cidades / Eu fiz uma camiseta / E estampei o seu segredo / Minha democracia é sangrenta / Eu não quero aconchego / Tranco a porta, acordo o cão / Ensolarando a cidade, solidão / Meu canto é um grito / Meu canto é aqui / Meu riso é um rito / É a raiva que ri / A noite anoitece e se cala / Medo é censura e senzala / Caem árvores / Nascem portas / Dia-a-dia caminho na corda bamba / A sirene anuncia morte na caçamba / Brigas, injustiça e desastre / Onde há fumaça, há humanidade